Os Bichinhos
Um caramujo poeta
Este simpático gastrópode, conhecido como Caramelo, foi o primeiro habitante do jardim. Uma espécie de ‘Adão’ dos Bichinhos, que nasceu em meados do ano 2000. Representante da espécie Helix aspersa, Caramelo é um sonhador típico: otimista e romântico. Não aceita ser considerado apenas ‘um pedaço de gosma ambulante com um caroço nas costas’, como já foi chamado.
Caramelo crê ainda que vá sofrer algum tipo de metamorfose que lhe dará asas. Ele nutre uma paixão utópica pela bela e cabeçuda borboleta Brigitte. Seu melhor amigo é Mauro Minhoca.
O caramujinho é filósofo, inteligente e adora poesia. Caramelo por ele mesmo: “sou um ser vivo, arrebatado, infinito, que, por isso mesmo, não caibo em mim – a não ser quando me enrolo e viro uma bolinha”.
Uma borboleta charmosa
Brigitte nasceu para contracenar com Caramelo. Foi sua principal companheira por vários anos, antes de nascerem os outros personagens. É inteligente e sensível. Começou a namorar um bicho verde chato (Greg), que fazia pontas nas tirinhas, e partiu o coração de Caramelo, que desde então se tornou um andarilho à procura do amor perdido.
É amante natural de todo tipo de flor e vem tomando cada dia mais consciência do poder que a delicadeza pode carregar.
Uma joaninha geniosa
Maria Joana é a protagonista, uma joaninha estressada que trabalha demais (recentemente começou no administrativo dos escritórios Piolho, atua como vidente freelancer e anima festas infantis no final de semana, como uma Palhaça hiper rabugenta). Tem também um perfil na Internet pra dar dicas como coach, porém seu excesso de honestidade nem sempre é bem recebido pelos seus 28 seguidores (que podem se tornar 25 depois que ela publicar o próximo post).
Joana tem dois grandes amigos, Caramelo e Mauro Minhoca, com quem divide dores, alegrias e um bom bocado de irritação – sua característica mais marcante. Apesar de ser uma espécie de besouro, Joana morre de medo de voar e opta sempre pelo transporte público terrestre (que pode ser as costas de uma centopeia lotada).
Maria Joana Cascudo teve momentos traumáticos na vida (como a vez em que se apaixonou à primeira vista e depois constatou que o objeto de seu amor era apenas uma pastilha de MM), o que a tornou um tanto cética em relação ao amor. O único ser que pode derreter esse coraçãozinho gelado é o pequeno Tuta, um tatu de Jardim que foi adotado por Joana, Caramelo e Mauro após ser deixado na vizinhança numa certa época de Natal.
Um ‘minhoco’ ingênuo
Mauro é um dos personagens mais adoráveis do Jardim. Despretensioso e simplório, gosta dos prazeres simples da vida – que, para uma minhoca, se resumem a fazer buracos na terra e passear com seus companheiros.
Mauro foi fruto da paixão entre duas minhoquinhas de cores diferentes de espécies rivais. Por isso nasceu listrado de verde e amarelo e tem muito orgulho de suas origens.
Ele se trata com homeopatia, acredita na felicidade, na amizade e tem grandes questões ligadas à religiosidade. Confia em todas as lorotas que Caramelo diz e tem um apreço especial pelo Meleca, o lagartinho silencioso sobre o qual falaremos adiante.
Um lagarto mudo
Seria dispensável apresentar Meleca, mas fica impossível não falar dele, mesmo que a descrição seja insuficiente e reducionista.
Meleca é um lagarto minúsculo (menor que uma joaninha, vejam só) que apareceu também como figurante em uma das tirinhas. Ganhou vida própria e conquistou milhares de pessoas simplesmente com seu olhar expressivo e um silêncio inteligente.
Em um mundo cheio de ruídos, ansiedades e desesperanças, Meleca transita com a propriedade dos sábios – ou com a inocência dos bobos, não sabemos ao certo. E que importa? Ele é simplesmente Meleca.
Genoveva, uma flor
Uma plantinha carnívora que aparecia já nas tiras do finado Jujubinha (primeira série de quadrinhos que escrevi, nos idos de 1995). Conquistou historinhas próprias, onde conversa com variados tipos de vegetais. “Conversa” não é bem a palavra: os papos são sempre unilaterais, só ela fala. E como fala!
Nasceu com o dom para o sarcasmo – meio similiar à Maria Joaninha – e adora fast-food (principalmente o bigue-méqui-mosca).
Tuta, o tatu
Tuta é o bebê da turma, fofo e cheio de energia. Está sempre às voltas com questões ligadas à escola Senzalinha Feliz, onde frequenta. Adora brincar mas pensa bastante e nada passa despercebido a seus aguçados sentidos infantis.
Lampix e Bit Lux
Dois vaga-lumes que pensam poeticamente as questões da noite, do descanso, do espaço e das estrelas.
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Veja também: a evolução do traço dos bichinhos.
Clara, apenas quero dizer que gosto muito do seu trabalho e é para poucos tratar de temas profundos como certas vezes você faz usando poucas palavras e imagens. Sou sua fã tanto dos momentos de humor como de profundidade. Bijos e muito sucesso!
Clara, amo seus Bichinhos!!! Em tempos sombrios como esse que vivemos, eles são indispensáveis. Trazem a aguçada e necessária crítica. E um toque de humor e poesia para os meus dias. Obrigada pela sua presença.
Clara,
Parabéns pelo lindo trabalho!
Criativo, lúdico, mas com um olhar crítico necessário à construção de uma sociedade mais justa e democrática!
Sou professora e seus bichinhos estão sempre em minhas salas de aula!!!
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